Era criança. E olhava para o céu, as estrelas e pensava saber sentir o ar. O que era conhecido era simples página virada. Não voltava. Tanto para se conhecer, experimentar.
Era criança. Mas não se achava mais criança. Não queria mais brincar. Sério é como gostava de ser visto, então sério, achava que havia se tornado. Estava enganado.
Era criança. E os sentimentos e acontecimentos a sua volta começavam a muda-lo. Era ferido, cuspido. Estava triste, e por mais que se esforçasse, não conseguia mudar.
Era criança. E já estava conformado com as muitas mazelas da vida. Não havia surpresa, pois tudo imaginava ser possível. Mas nada era feito para fazer acontecer no seu mundo.
Era criança. E decidiu ser criança. Decidiu desistir de julgar os adultos, de querer ser como eles. Decidiu voltar a sonhar. Decidiu, como os pássaros, se preocupar apenas em voar.
Era criança. Mas havia aprendido, partindo dos seus sonhos, a levantar vôo. A cantar com alegria e louvar ao invisível o fato de simplesmente estar vivo. E voando.
Era criança. E conseguia, com olhos que não eram mais seus, visualizar a terra que em sonhos viu. A terra que lhe seria dada, mas também haveria de ser conquistada.
Não era mais criança. Mas a criança viveria para sempre.
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