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Brasileiro, explorador perdido pelo mundo há alguns anos, procurando aventuras e estórias para compartilhar.

domingo, junho 13, 2004

Rosa Amarela


Uma jovem senhora estava andando calmamente em direção ao lar que lhe trazia tantas lembranças. Lembranças de uma época que não mais parecia chegar. Estava olhando para os céus, para as pessoas e ainda assim, estava mais interessada na leve tristeza que havia se instalado em seu coração.


Foram muitos anos de luta, de dedicação e de noites sem dormir. As preocupações do dia-a-dia, minavam cada vez mais sua força. A idade, implacável, se mostrava presente cada vez mais. Seus filhos estavam distantes. Seu marido já havia partido há tanto tempo. Estava se sentindo só.


Mas neste dia, algo estava para acontecer. Um acontecimento singular. Aparentemente sem nenhuma relevância. Chegando perto de casa, encontrou uma flor amarela. Uma delicada rosa de incrível beleza. A jovem senhora se encantou e decidiu leva-la consigo para lhe servir de companhia. Com cuidado, quebrou na altura do caule e a levou consigo. Caminhavam ela e a rosa.


Chegando em casa, arrumou um vaso que estava guardado. Um belo vaso que há tempo não era usado. E então, lá a deixou. Colocou em cima da mesa e todo o tempo, quando passava, parava e a observava. Sentava próximo e palavras de carinho eram lançadas para tão bela rosa. O perfume que esta exalava era tanto, que mesmo longe, a jovem senhora sentia. E o aroma não cessava.


Ela dedicou inúmeros momentos. Palavras de carinhos, até mesmo beijos. Tratava-a como um filha pequena. Trocava água, e com amor a alimentava. Os dias passavam, e o perfume não diminuía. Ela parecia cada vez mais forte, bonita e as palavras pareciam comovê-la. Fortalece-la. Os dias passavam, e era notado que não era normal para uma flor permanecer viva tanto tempo.


Então, depois de muitos dias de carinho, as petálas que se recusavam a cair, passaram a enrugar e se encolher. O tempo, inexorável, se fazia sentir, ainda que lentamente. E o perfume, que despertou tanta alegria, passou a diminuir. Triste, a jovem senhora a tudo assistia. E a filha que trouxe por um tempo tanta alegria, pedia desculpas e partia. Pois assim é a vida.


Uma lição fora aprendida, e a seu filho passada.
Obrigado. Entendi o que a jovem senhora, sem saber, me ensinava.


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